Se for pelo dinheiro, não venha!

Se for pelo dinheiro, não venha!

Por meio da Operação Torniquete, deflagrada na manhã de hoje, cerca de novecentos policiais das forças de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, Pará e Ceará cumpriram mandados de prisão e busca e apreensão contra lideranças da maior organização criminosa carioca, no Complexo da Penha.

Com alguns policiais feridos, indubitavelmente o episódio nos convida à reflexão.

Ser policial no Brasil é nunca ter a certeza da volta para casa após a jornada de um plantão.

Assim, se for pelo dinheiro, não venha. Certamente existem profissões que remuneram bem mais com menos riscos.

No fundo, vestir a farda representa um empenho irresoluto com a servidão.

É, meu irmão, quando começa o tiroteio, só restam os policiais, os que desejam estar ali de verdade. Sem aplausos, reconhecimento ou qualquer outro afago humano.

Entre blindados e barricadas de fogo, era necessário progredir diante da hostilidade do terreno urbano com a certeza de que populares precisavam ser libertos da tirania dos narcoterroristas que impõem o domínio territorial pelo medo.

Em meio a tudo isso, esses homens, com os seus motorizados selados por valentia, quase nunca se questionam se aqueles que os julgam fariam o mesmo por eles.

Sabe por quê?

Ser policial não tem nada a ver com reciprocidade. No fundo, eles sabem que o dever está acima de qualquer coisa.

Não há como retroceder.

As suas histórias de vida não serão contadas nas manchetes dos jornais da manhã seguinte.

Apesar disso, todos eles estão cientes de que o horizonte da vitória não se apresenta aos covardes.

Afinal, o ardor da vocação se renova nas batalhas mais duras e sangrentas.

Desejamos uma vida longa e honrada a esses nobres predestinados que não recuam sob o fogo inimigo.

Polícia e nada mais.

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