Há poucos dias, um vídeo que viralizou nas redes sociais me inquietou.
Nele, o multicampeão Novak Djokovic tremia de ansiedade, momentos antes de conquistar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris. Àquela altura, apesar de uma carreira vitoriosa e já tão bem consolidada, o tenista sérvio queria como ninguém aquele ouro e só o alcançou na quinta tentativa.
De fato, a medalha para ele não era apenas mais um triunfo dentre tantos enfileirados como desportista, mas a sua grande obsessão, a maior conquista em toda a vida ou o momento para o qual ele mais se preparou.
Apesar das evidentes diferenças geográficas ou socioculturais que podem nos separar dele, o tenista não é tão diferente de você ou de mim, porque os sonhos são capazes de igualar os homens nas fileiras da vida. Aqui se torna irrelevante de onde você veio.
Afinal, todos querem conquistar o seu por motivos que só dizem respeito aos respectivos detentores.
Contudo, até o momento de realizá-lo, o medo é um dos sentimentos que mais nos assombra, sobretudo quando já não dispomos mais do privilégio de fracassar. Muito próximo da aposentadoria das quadras, o sérvio tinha ciência de que não haveria uma nova oportunidade.
Era tudo ou nada.
É como se você, como policial, devesse incursionar uma viela repleta de emboscadas, sem opção de retorno.
Para alguns que me leem agora, possa ser que não exista uma outra saída senão a conquista de uma aprovação policial nos próximos meses, seja porque terceiros dependem de você, seja em decorrência da insuficiência de forças para persistir no longo prazo.
Apesar disso, não temas.
Aceite o privilégio de viver em busca do que trará conforto para os seus e honra para a sua trajetória.
Não se vence no campo de batalha com lágrimas de lamento.
Ainda que poucos vejam os seus dias trabalhosos, certamente te aplaudirão no topo mais alto do pódio. Para todo obstáculo, existe um Deus que te prometeu presença contínua durante todo o processo.
Saiba que a felicidade da vitória supera, para todos os efeitos, o risco do fracasso e o medo dele decorrente.
