Aonde tens ido?

Aonde tens ido?

Não sei se você já parou para pensar que, em determinados momentos da vida, não sabemos ao certo aonde estamos indo, mas simplesmente somos levados pelas circunstâncias a caminhos que se mostraram oportunos ou convenientes.

Quando perguntados sobre a satisfação pessoal em relação ao lugar a que chegamos, ainda que momentaneamente, um sorriso amarelo, envergonhado, custa-nos o suficiente para acenar uma resposta negativa. Em meio à frustração, lágrimas ousam escorrer pelo rosto.

Mas tudo isso não te torna especialmente extraordinário.

O homem que não é manutenido na dor se torna vulnerável.

É preciso sobreviver e embarcar sob águas turvas.

Na história militar, muitas reviravoltas bélicas ou pessoais se iniciaram a partir da passagem por um rio.

Sobretudo porque navegar não significa apenas se deixar levar pelo curso das águas, mas também adotar atitudes que permitam uma incursão com direcionamento e recursos necessários à sobrevivência.

Enquanto os incêndios queimam a vegetação ribeirinha, triunfamos em meio às águas cuja profundidade já no assustou.

Ainda que terceiros nos julguem e nos apontem. Não importa.

A verdade é que a subserviência, sempre pronta a se curvar à vontade dos outros, nos torna escravos da opinião alheia.

Mais importante do que tudo isso é saber que morre todos os dias, sob circunstâncias diversas, o homem cujos sonhos ficaram pelo caminho.

O pacifismo servil é custoso aos mortais, abandonados na sarjeta do tempo à própria sorte ou à margem do rio.

Caveira, qual foi a última vez que você realmente quis ir a algum lugar?

Que os teus alvéolos respirem não apenas pela necessidade de sobreviver, mas sobretudo pela tua satisfação de realizar antigos sonhos.

Compartilhe esse artigo

Facebook
X
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

outros artigos