À deriva? Flutue!
Temida por homens e reverenciada pelas narrativas bíblicas, a infinidade das águas é assustadora, pois nem mesmo os mais capacitados são presunçosos ao ponto de ignorarem a sua grandeza. Em nossa vida comum, a história não é diferente.
Assim como aconteceu a Jonas, o famoso profeta judaico de quem você já deve ter ouvido falar, o ato de lançar-se ao mar pode significar o nosso renascimento, para que as tempestades cessem e encontremos um novo ponto de retorno.
Você saberá o que fazer quando a impetuosidade dos ventos ameaçar o teu percurso?
Será preciso bem mais do que força de vontade para sobreviver ao caos das águas.
Lançados em meio à escuridão do mar, apenas triunfam sobre aquilo que desconhecem aqueles que sabem pelo que são movidos. Àquela altura, Jonas sabia o quão distante estava do seu propósito e foi jogado às águas para se reencontrar consigo mesmo.
Assim, se chegares à deriva da solidão, busque o equilíbrio de que necessitas para flutuar.
Para tanto, é preciso abstrair todo o peso que carregas sobre os ombros, como se por aquela fração de segundos fossem apenas você e o seu desejo por sobrevivência. Em regra, acostumados a um nado apressado, aprendido quase sempre na força de vontade, com braçadas que machucam as águas, a vida pode nos parecer mais cruel nesse momento.
Afinal, flutuar é pairar sobre o desconhecido.
Como não dizer que esse movimento exige um silêncio sepulcral capaz de perturbar o medo? Nos cursos operacionais, quanto mais aflitos e espalhafatosos se mostram os alunos, mais descoordenados são os seus movimentos corporais na água.
Se você não sabe flutuar, não se aventure no mar aberto.
Diferentemente da vida terrestre, no mar não haverá corrimãos ou cordas que permitam uma rápida recuperação corporal em meio à fraqueza. Como se diz no ditado popular, “o mar não tem cabelos” em que possamos nos segurar.
Em muitas ocasiões, flutuar sobre as adversidades será a única opção de triunfo.
Para todas essas coisas, tem quem fique a ver navios e tem quem flutue sobre o caos, mais saiba que a caveira sorrirá para os destemidos que suportarem o peso de que realmente são feitos.
Continue firme, meu amigo, minha amiga! Valerá a pena!
E, no mais, contem sempre conosco.